domingo, 24 de junho de 2007

Abre aspas...

Bueno, aqui começa, de fato, o Senso de Humor, enquanto blog. Não consegui definir exatamente o que vou colocar nele (nem na minha cabeça, pra ser sincero), mas espero que, assim como um papo na padaria acompanhado de cerveja barata, a coisa flua e todo mundo fique feliz. Na verdade se só eu ficar feliz, já me dou por satisfeito. E se o blog ajudar, melhor ainda. Acho que fica melhor assim, com uma breve introdução, seguida de seja-lá-o-que-for que venha em seguida.


Para que não se diga que eu estou só enrolando, vou descrever uma lembrança que me veio à cabeça hoje, vindo pra casa, no ônibus. Em viagem, completamente diferente da de hoje, diga-se, vinha eu, sentado no banco em frente à porta de saída, que se localizava na parte de trás. Por sorte peguei o ônibus errado e acabei, numa tarde ensolarada, passando pela orla da Barra da Tijuca (no Rio de Janeiro, para os curiosos estrangeiros), num dia de pouquíssimas pessoas na praia e menos ainda no ônibus comigo.

Eis que sobem, pela porta traseira, uma senhora e um moleque, cada um arrastando um imenso saco de estopa cheio de latas de alumínio amassadas. Com alguma dificuldade eles subiram os degraus e sentaram nos últimos bancos, com os sacos imadiatamente à frente. Eu não ouvi o diálogo que levou à "bronca" que a avó (parecia ser a avó dele, pelo menos) deu no garotinho. Esqueci de dizer: ele aparentava ter, no máximo, uns 6 anos.

- Menino, você não pode ser assim, não..! Você é muito novo pra ser assim, amargo. Tem que ser mais docinho...

Nisso eu olho pra trás, e tá o moleque, em pé no banco, olhando a praia, e a senhora, que tomei por sua avó, sentada no banco do meio, olhando pra ele. Lembrou uma das cenas de um desenhista excelente (auto-retrato dele aqui). Quer dizer, hoje lembra, porque na época eu não o conhecia.
Por que eu lembrei disso na viagem de hoje? Não sei. Era noite, o ônibus estava lotado (seriamente) e passávamos pela Av. Brasil, altura de Parada de Lucas. Pode chamar de fuga da realidade.

5 comentários:

Anônimo disse...

adorei!!!!! :)

Gabriel disse...

Belo texto, Bruno. Gostei da sua prosa, rapaz.

Abração,

Nina Braga disse...

Como disse: gostei muito de tudo o que escreveu e muito também dos desenhos do Rockwell, perfeitos.
Virei visitante disso aqui, hein?!
Gostei muito, amigo!

Beijocas.

Anônimo disse...

Brunildo! Sempre soube que tu escrevias muito bem, pelas nossas conversas e algum material da tua autoria que tu me enviaste. Eu lembro da nossa primeira conversa, intrigante que só, sobre Tuvalu. Hahahahaha! Lá já me chamou a atenção o teu jeito de escrever, deveras cativante.

Devo confessar que jamais gostei de Blogs! Lembro de quando era modinha... Detestável. Me negava a atender aos pedidos incansáveis "comenta no meu Blog". Que comentar o que...

Mas o teu eu já sabia que não tinha como ser só mais um fútil e inútil. Teu texto é ótimo, interessante, bem escrito. Adoro isso! Mesmo! Parabéns!
Sempre te disse que és uma pessoa inteligentíssima.

Teu post de hoje me faz pensar que só damos valor às coisas lindas e simples ao redor quando sentimos falta de algo, quando estamos em uma situação desagradável... Do contrário tudo parece apenas normal. O "normal" só é valorizado quando é "tirado" de nós de alguma forma. Exemplos: respirar, ver, caminhar, sentir...

Outra coisa que me ocorreu foi o exemplo da vó, sofrida do jeito que deve ser, ensinando o netinho a não ser tão "amargo". Isso é uma força, uma grandeza de que eu não faço nem idéia.

Meus comentários não são lá grande coisa, mas são de coração, pra tu saber mesmo que li e gostei de verdade. Te visitarei mais vezes e farei mais comentários também!!!
Beijinho!!!

Bar Room Hero disse...

É bom saber que ainda tem gente que sabe perceber quando "tomar um ônibus errado" pode ser considerado sorte. Mas o bruno não vale... eu já sabia.